O Ministério da Saúde firmou, no último mês de setembro, um acordo de transferência de tecnologia para a produção da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) no Brasil. Com a parceria entre o Instituto Butantan e a Pfizer, o país passará a fabricar o imunizante nacionalmente, garantindo sua oferta gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS).
O acordo prevê a entrega de 1,8 milhão de doses até o fim deste ano, e a distribuição na rede pública está programada para começar na segunda quinzena de novembro, com foco na imunização de gestantes (a partir da 28ª semana de gestação) e bebês.
A imunização materna permite a transferência de anticorpos da mãe para o bebê, garantindo proteção nos primeiros meses de vida, quando a vulnerabilidade ao vírus é maior.
A notícia da oferta da vacina contra Bronquiolite, via SUS, traz alívio para a mente e para o bolso das gestantes, pois com o imunizante, as chances do recém-nascido desenvolver doenças no pulmão caem significativamente e, as gestantes que pensavam em vacinar-se em clínicas particulares irão economizar em torno de R$ 2mil, valor médio da vacina.
Dados da Bronquiolite
Com a introdução da vacina, será possível analisar, no Brasil e em outros países, a necessidade de aplicar novas doses em futuras gestações. O vírus sincicial respiratório é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças com menos de dois anos. O imunizante tem potencial para evitar cerca de 28 mil internações por ano, proporcionando proteção imediata aos recém-nascidos e beneficiando aproximadamente 2 milhões de bebês que nascem anualmente.
A cada cinco crianças infectadas, uma precisa de atendimento médico, e, em média, uma em cada 50 é hospitalizada no primeiro ano de vida. No Brasil, cerca de 20 mil bebês menores de um ano são internados todos os anos por complicações causadas pelo vírus.
O risco é maior entre prematuros, cuja taxa de mortalidade é sete vezes superior à das crianças nascidas a termo — grupo que representa 12% dos nascimentos no país. Entre 2018 e 2024, foram registradas 83 mil internações de bebês prematuros por doenças relacionadas ao VSR, como bronquite, bronquiolite e pneumonia.